terça-feira, 19 de junho de 2012

Consequência da greve dos estudantes no Québec

Salut  :)

Disse pra mim mesma que não escreveria nada sobre a greve dos estudantes mas, devido ao impacto direto que esse "acontecimento" teve na saúde aqui, no Québec, mudei de idéia. Saúde essa que já está difícil de engolir.

A greve já passa de três meses. Os estudantes estão em greve porque são contra o aumento das taxas impostas pelo governo do Québec, que aumenta o custo dos estudos, apesar de ser a mais baixa do Canadá. Depois de várias tentativas de negociação para resolver o problema e uma ministra demitida (a ministra Line Beauchemp, também vice-primeira ministra do Québec, acabou pedindo demissão de suas funções há alguns dias atrás). Depois de tanto cansaço, o governo implantou uma lei especial que obriga "o encerramento" do semestre, para acabar com a greve, dar "férias"aos estudantes e tentar achar uma solução ao impasse.

Bom, resumido o caso, agora a parte mais importante da história (pelo menos para mim). Em torno de 470 leitos, somente na grande Montréal, serão fechados neste verão e a maior parte em decorrência do atraso da chegada das enfermeiras  no mercado de trabalho. Isso mesmo! E isso ocorre também nas outras regiões do Québec. O que sei é que todo ano os hospitais fecham alguns leitos mas, pelo que andei lendo, este ano o número de leitos fechados aumentou. Segundo os jornais e estudiosos do assunto, a greve dos estudantes teve papel importante nisso. Eles juram que não :)

O link abaixo fala um pouquinho sobre esse tema.
 http://www.journaldemontreal.com/2012/06/08/470-lits-fermes-cet-ete

Bom, é isso. Me desculpem a falta de inspiração para discorrer sobre o assunto. Acho que é o calor, rsrs

Boa semana. Abr


domingo, 3 de junho de 2012

Contrato assinado...e...após uma semana...

Salut :)

Como eu disse que voltaria após uma semana de trabalho para falar um pouquinho das primeiras impressões sobre o hospital que eu "escolhi" para trabalhar, aqui estou eu. Queria ter postado ontem, mas tinha umas coisinhas a fazer, churrasco de aniversário de uma amiga... não podia faltar, né?

Fomos muito bem recebidos no hospital, com café da manhã, suco, muffins
HUMMMMMMMMM!!!!!

Então, fizemos treinamento toda a semana passada (de segunda a sexta) de 8h às 16h.  Como não podia ser diferente dos outros lugares, começaram nos falando da missão e dos valores do hospital. Tivemos uma pincelada de tudo:

*code blue (o código mais importante, dado por um enfermeiro que falava "pra ele mesmo" e que, fora as 5 pessoas da primeira fila, ninguém mais escutou!), code blanc (não insignificante, mas, menos importante que o azul, dado por uma enfermeira ótima, que sabe passar o assunto).  Quando algum problema acontece, eles anunciam o código pelo sistema de som e todos os funcionários sabem que atitude tomar.

Vimos também pinceladas sobre queda de pacientes, prevenção e controle de infecções, exame físico e pulmonar, úlceras de pressão, protocolo de opiácios, notas de enfermagem, etc. Para mim, que vou trabalhar com a geriatria ativa (trabalha a autonomia do paciente idoso que está quase saindo de alta), tivemos um dia extra sobre demências, processo de envelhecimento, voltado mesmo para a geriatria.

Recebemos também os crachás e o cartão de estacionamento para funcionários que irá custar 1 dólar e 50 cents por dia de trabalho (no primeiro dia). Assinamos também os seguros: saúde, dentária e medicamentosa). Seguros obrigatórios! Fiquei passada, visto que já temos a assurance maladie du Québec!!! Terminamos a semana  com a visita nas unidades, na sexta-feira. Tem gente que segunda já entra direto no trabalho, ficando por 45 dias lado a lado de uma enfermeira destinada para acompanhar a novata. Esses 45 dias são de  experiência. Após, contrato definitivo ou... ruaaaa!!! rsrs

Como o hospital Lakeshore é um hospital anglófono reconhecido como sendo o único 100% bilíngue, eles ainda oferecem 3 semanas de inglês técnico hospitalar ou de francês, para dar um "up" na língua "mais fraca"do pessoal. Eu, como tenho um  inglês quase zero, entrei nessa :). Então, nas próximas 3 semanas, fico nas aulinhas de inglês :)

Primeira impressão? Ótima! Boa acolhida, gente que "olha na cara da gente"... e... eles estão precisando... e muito. A encarregada do recursos humanos nos disse "...restez avec nous, svp, ne laissez pas la distance vous intimider parce que vous irez aimer travailler ici..."

Gostei muito também da cidade, Pointe Claire. Todos dizem que o lado anglófono da ilha de Montréal  é mais bonito, mais rico e melhor para trabalhar. Veremos :)
A cidade é limpa, organizada, moderna. E pequena, rsrs, com uma população estimada em 30.790 habitantes. O asfalto é bem melhor que o de Montréal.


Hospital Lakeshore

Ponto negativo? A rodovia que liga Montréal a Pointe Claire, que realmente pára, o dia inteiro, por causa das obras. Normalmente levaria 28 minutos para fazer o trajeto. Com as obras, levo exatamente 1 hora para ir! Para voltar, se for preciso ir até o centro de Montréal o tempo fica entre 1h30 e 2h30, dependendo como está o Centre Ville (isso dá até vontade de desistir). A cada dia tem mil acontecimentos por aqui e, juntando com as intermináveis obras, desvios, ruas barradas, etc, deixa o trânsito parado.

Mas é bom ter calma e paciência. Avaliar melhor a cidade, as escolas, principalmente as primárias (no meu caso, com dois filhotes), os parques (sim, porque temos que nos desestressar nos fins de semana *em que eu não estiver de plantão*, rs),  esperar passar uns 6 ou 8 meses, de repente rola até uma mudancinha :)

Bom, jornal escrito. Tenham uma ótima semana. E aguardem as próximas notícias.

Abraços.
Lu