quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fernandinho no soccer

Olá :)

Pra aguentar passar o inverno sem depressão, o mais aconselhado é que façamos esportes pra ajudar o tempo a passar e de quebra  liberar umas endorfinas...além de manter a boa forma. Estou comentando isso porque ouço  muitas conversas de crianças  (e adultos) com depressão séria. E a gente acaba  pensando que, por ser criança, os pequeninos estão livres da danada. Mas não é verdade. Não conheço, meus filhos graças a Deus ainda não ficaram deprimidos, mas leio muitos casos de crianças com depressão e acho que vale a pena dar uma pincelada aqui (esperar o que de uma enfermeira, né, rs). Utilidade pública, rs

Dados de pesquisas daqui mostram que a "deprê" começa em outubro e termina em março. Justamente todo o inverno. Cá entre nós, ninguém merece inverno longo, não é mesmo? Cientificamente essa depressão é conhecida como sazonal (em francês: dépression saizonnière) e ocorre porque ficamos menos expostos ao sol, induzindo a alterações hormonais e a um aumento da produção de serotonina, que é o hormônio que regula o  sono, dentre outras funções. Bem justificada a sua causa :)

Realmente deve ser  muito difícil para uma criança passar 6 meses saindo pouco, só de vez em quando, e quando sai é para ficar em locais fechados (na maioria das vezes). Só escola, todo dia, acaba sendo muito cansativo. Por isso é muito importante incentivar os pequenos a escolher um esporte pra ajudar a passar esse tempo frio.

Tenho dois filhos  e realmente, de vez em quando, a gente pode observar que eles ficam estressados e  irritados por qualquer coisa. Já é um alerta. E pra não deixar a depressão infantil pegar...esporte neles.
Meu filhinho de 6 anos escolheu fazer soccer (futebol). Gostou tanto que já está inscrito na segunda fase. Ontem à tarde fomos lá no ginásio da escola para ver a despedida deles dessa fase do soccer, que foi encerrada com uma "graciosa", rs,  partida. Adorei, deu para ver que ele está bem entrosadinho com o esporte. Ganhou até certificado de participação :)

O estádio é pintado de amarelo e laranja, acho que influenciou na qualidade das fotos.




Bjs. Lu

J'ai un job/I have un travail/tenho um trabalho :)

Salut :) bom dia a todos


À parte a brincadeirinha do título, estou muito feliz em dizer aqui, hoje, que mais uma etapa desse louco processo de imigração está se concluindo. Recebi, anteontem, resposta positiva dos dois hospitais que eu fiz entrevista. Estou empregada!!! Nos dois!!! Agora é só escolher :)
Depois de 1 ano e meio no Québec, só estudando...estudando...estudando!!! Momento de colher os frutos, né??? Tudo que a gente faz vale a pena :)

Mas, como fui chamada para fazer uma entrevista na rede de hospitais da Université McGill, ainda não vou decidir. Aceitei as duas propostas e vou esperar a entrevista e a resposta  da McGill para decidir. Juro que estou muuuuito balançada pelo hospital mais longe,  (mania de sofrer, rsrs) pois eles me disseram que nos postos que eu escolhi não tem vaga, mas... "temos uma vaga para acompanhar os idosos que recebem alta e vão pra casa e que precisam  de ensinamento", assim disse a gerente de recursos humanos. Quero tentar descobrir mais a fundo realmente quais são as tarefas de quem exerce esse posto. Estou achando que é um posto muito bom pra descartar só porque o hospital é longe. Vamos ver :)
Assim que eu decidir volto para dizer.

Só para relembrar a luta, rsrs




















Bjs a todos. Boa sorte. Lu

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Entrevista de emprego II

Olá :)

É... olha que está rendendo, rsrs
Após 1 dia da minha primeira entrevista de emprego, fiz a segunda entrevista. Segundo CV enviado, segunda entrevista agendada. Tá bom, né?

Então. Agora fui para o oposto do hospital que eu fiz a primeira entrevista: Chateauguay. Isso mesmo, região da Monterégie. Gosto muito dessa região. É tranquila, trânsito calmo, cidade com mais ou menos 46.000 habitantes e separada de Montréal apenas pelo rio São Lourenço.

Como moro em Île-des-Soeurs (uma pequena ilha do lado da ilha de Montréal-por aqui tem muitas pequenas ilhas), tenho a opção de ir para essa região por duas pontes. Como ainda não comprei carro, fui para a ilha de Montréal, peguei metrô por 10 minutos, depois mais 20 minutos de buzão e pronto. Estava no local da entrevista.

Comecei preenchendo os chatos, mas necessários formulários santé. Em seguida, passei por uma hora e 20 minutos de entrevista com a agente de recrutamento e a gerente de enfermagem. A g. de enfermagem, no começo, estava um pouco presa (acho que ela é um pouco seca mesmo :) ) e demorou um pouquinho para demonstrar simpatia. Mas...depois de uns quinze minutos de entrevista ela estava até sorrindo, rsrs

As perguntas da agente de recrutamento são mais ou menos as mesmas (acho) que de todos os lugares: sua experiência de trabalho, suas forças e suas fraquezas, como você conheceu o hospital, porque você se tornou enfermeira, como você trabalha seu estresse, como você faz para manter seus conhecimentos em dia, etc.

Já a gerente de enfermagem fugiu um pouquinho do que eu passei na outra entrevista e do que ouço de outras colegas. Ela me apresentou várias histórias de caso e em todas, o que ela queria era testar meu julgamento clínico, tipo: o médico prescreveu  250 g de um medicamento "X" via oral e você percebe que a dosagem é alta demais para o paciente. Qual a sua conduta? Você   liga para o médico? E se ele disser que é para dar mesmo assim o tal medicamento? Você vai dar?

A minha resposta foi NÃO. Se eu sei a dose certa por kilo do paciente, sei quais os efeitos secundários e esperados do medicamento, sei seu modo de ação, blá, blá, blá... eu decido por não dar o tal medicamento, dizer à enfermeira assistente, fazer notas de enfermagem e aguardar o médico passar a sua visita. E ela disse que a minha decisão estava correta :)

Outra pergunta: se você faz o PTI de um paciente (Plan Thérapeutique Infirmier), a enfermeira auxiliar pode fazer alterações nele? Não.

Rapidinho, pra quem ainda não conhece, o tal PTI é um formulário à parte que deve ser feito e ajustado  (pela enfermeira) para cada paciente, de acordo com as suas necessidades prioritárias.

Tenho observado que eles aqui gostam de respostas curtas e objetivas. Um exemplo claro disso é a prova da ordem das enfermeiras (que eu devo fazer em setembro). Uma pergunta ampla, muitas respostas curtas, claras e objetivas.

Gente, o post está tomando dimensões um tanto que grandinhas...acho melhor parar...rsrs

Grande abraço e boa sorte pra todos que estão na batalha.

Lu

Mission Bon Accueil/Welcome Hall Mission

Olá :)

Esse post de hoje eu já deveria tê-lo feito, mas a correria do dia a dia acabou me fazendo esquecer. Alguns dias atrás conheci um casal de brasileiros que chegaram aqui há alguns meses e estavam beeem apertados financeiramente. Alguém pra ajudar nessas horas? Claro que tem!!! Os amigos entram com a ajuda moral, rsrs, informações e dicas, porque  a maioria também está  com o cinto apertado.
Bom, nesse caso, a ajuda veio de uma instituição não governamental que se chama Mission Bon Accueil. Você liga lá, marca um "rendez-vous" (um encontro :)), leva os documentos que eles pedem e...voilá, começam a receber uma cesta de alimentos a cada 15 dias. No Natal ainda recebem o "panier de Noël", a nossa cesta de Natal, com direito a uma ave, castanhas e várias outras coisas. Ah, e presentes para as crianças.

Aqui no Canadá, vou dizer mais precisamente no Québec, até porque não conheço as outras províncias, tem muitas organizações que oferecem esse tipo de  ajuda aos imigrantes e aos próprios canadenses (québécoises) com baixa renda. Os produtos são bons, de boa qualidade, tudo doado por empresas tipo supermercado. Às vezes tem algum produto com a data de validade vencida (ops!!!) ou quase vencendo. Cabe a você receber e, no aconchego do seu lar, dar uma olhadinha e descartar o que você acha que não tem valor para você.

Quem escuta isso pode pensar que quem vai lá são pessoas bem pobres, mendigos, etc que realmente não tem dinheiro para comprar comida. Mas, é engano! Quem frequenta esse tipo de lugar é quem está "apertado"financeiramente, é quem ainda não arrumou um emprego e está gastando as economias, e ainda quem tem emprego, mas aceita numa boa esse tipo de ajuda pra diminuir os gastos com mercado no fim do mês, etc

Lá, você encontra gente de toda parte do mundo, com filhos pequenos, bem vestidos, bem educados...como também pode encontrar alguma pessoa grossa, estúpida, etc. Gente é gente em toda a parte do mundo, né, e gente grossa tem em todo lugar, rs

Mas para isso, tem que deixar o orgulho de lado. Não quero dizer se "humilhar", simplesmente porque não é esse o caso. Simplesmente é uma "ajuda" e quem não quiser é só não pegar. Simples assim, né? rs

Além de alimentos, eles também tem uma lojinha, chamada "boutique" que fica no mesmo prédio da Bon Accueil e que vende roupas usadas em boas condições de uso e também roupas novas tipo "ponta de estoque". Tudo a preços bem pequenininhos :)

A última novidade deles (que já funciona a algum tempo) é uma parceria com a Université MCGill, que faz alguns tipos de reparações e higiene dentária...de graça! É claro que alguns tipos de tratamento eles não fazem (como ortodontia), somente o básico para ajudar a quem não tem dinheiro para ir ao dentista. Com certeza também você deve enfrentar uma filinha de espera, mas nada demais :) Valendo lembrar que para você ter direito aos serviços dentários você precisa ter um dossiê na Mission Bon Accueil. Infelizmente para mim não dá, porque uso aparelho :(

Quem quiser dar uma olhada no site da Mission Bon Accueil, clique aqui

Abraços

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista de emprego I

Olááááá :)


A etapa seguinte ao término do curso de adaptação é a procura de emprego (tinha que ser, né? Nem pra ser férias... uma semana em Cuba ou no caribe mexicano!!! Ou ainda uma visitinha no Brasil para visitar a família, porque eu estou morrendo de saudades!!!)

Voltando pra realidade... rsrs
Fui na feira de empregos (salon d'emploi) a uns 15 dias atrás e  distribui currículos (6) igual uma doida, rs.
Aliás, fomos. Eu, a Rachel (uma enfermeira brasileira)  e dois amigos marroquinos que estão terminando o curso de integração. Aqui em Montréal tem várias "feiras de emprego" (eu acho melhor a palavra "salão de emprego"

Então... quinta-feira passada fiz minha primeira entrevista de emprego, resultado da ida ao salão de empregos. Eles me ligaram para marcar uma entrevista elá fui eu :)  Me avisaram também que teria um teste escrito, que eu poderia responder em francês ou em inglês.

A entrevista foi no hospital geral  Lakeshore, em Pointe Claire, uma cidade pequena com uns 30.000 habitantes, localisada a leste de Montréal. Na verdade, é como um bairro beeeeem distante da centre ville, mas ainda dentro da ilha de Montréal.

Cheguei faltando uns 15 minutos e a recepcionista já me deu uns formulários para começar a preencher. Antes de terminar de preencher os formulários, fui chamada para a entrevista, com a diretora de recursos humanos e a gerente de enfermagem. Muito simpáticas. A gerente de enfermagem então, bem extrovertida.

Comecei a entrevista respondendo as perguntas da diretora de RH, sobre mim, minhas experiências de trabalho, meus pontos fortes e minhas fraquezas, contar uma história de uma situação difícil que eu passei no meu trabalho, etc

Com a gerente de enfermagem deu um friozinho nas mãos, rsrs
Todas as perguntas giraram em torno de situações clínicas. Ela lê uma história de caso e faz as perguntinhas, por exemplo: você acaba de receber seu plantão, a campainha de um quarto toca (a campainha foi acionada pelo companheiro de quarto da sua paciente) e chegando no quarto, sua paciente está quase inconsciente. Você já sabe que sua paciente é diabética, hipertensa, etc.
Perguntas: o que você suspeita que é e quais as suas atitudes (o que vc  faz).

Outra pergunta: você acabou de receber o plantão, uma paciente postop. 1 de apendicectomia chama, você chega e a encontra de pé, ao lado da cama, com a mão no pescoço. Ela diz que a dor irradia para o queixo.
O que você faz?

A entrevista toda foi nesse nível, com umas duas perguntas sobre ética. Durou 1 hora. Me disseram que em duas semanas vão entrar em contato comigo para dar a resposta. Ah, o teste escrito foi a mesma coisa da entrevista, com histórias de caso. Lembrando que diabetes, angina, alívio da dor e pequenos cálculos de medicamentos estão presentes em praticamente todas as entrevistas que escuto falar aqui.

 Torcer, agora  e continuar a procura :)

Abraços
Lucinei

sábado, 14 de abril de 2012

Término do curso de integração

Salut, bonjour, olá :)

É...eu falei que voltaria para falar sobre o final do curso de integração, não falei? Alguns dias em atraso...e aqui estou eu.

Acabamos o temido F-94, que é o último estágio em medicina-cirurgia para quem faz somente o tronco comun do curso de integração. Quem precisa de adaptações em geriatria e psiquiatria, ainda continuam ralando.

Graças a Deus, o F-94 foi muito melhor e mais tranquilo que o F-93, simplesmente pelo fato de termos ótimos supervisores de estágio, porque a supervisora do F-93 ninguém merece!!! Ô sorcière!!!!! Pronto!!! Desabafei :)

Esses dois módulos realmente são os mais puxados. Mistura muita teoria com estágio (8 horas diárias de estágio). O chato é que durante o estágio você tem muitos trabalhos a fazer (trabalhos do próprio estágio), aulas téoricas e provas. Acaba misturando um poucos as coisas. Acho que seria bem melhor se teoria e provas fossem dadas TODAS no começo do módulo, e o estágio deixado para o final do módulo. Simples e fácil.

O hospital que eu estagiei foi o hospital Charles LeMoyne, que fica na região da Montérégie, na cidade de Longueuil, bem pertinho de Montréal. É um hospital universitário, afiliado da Université de Sherbrooke. Gostei muito de lá, "souf" (exceto), rsrs, algumas víborazinhas, rsrs, que encontramos...mas...isso tem em todo lugar, em todas as profissões. Particularmente, não tive nehum problema com esses seres. Mas, algumas colegas tiveram pequenos probleminhas com algumas enfermeiras, tipo "marcação", pegar no pé, etc. Mas, elas superaram bem e passaram no estágio. Menciono isso aqui porque nem tudo é perfeito. Esse tipo de mal entendido acontece mais frequente do que a gente pensa. Temos que ter a humildade de analisar a situação, corrigir os erros..e...bola pra frente. E sempre pensar que quem está precisando "réussir"o curso, somos nós, imigrantes. Não adianta nada fechar a cara, discutir com enfermeiras do hospital, com o professor, etc. A NÃO SER... que você esteja coberto de razão e tenha argumentos que provem que você está certo. Mas, é assim em todo lugar, não é mesmo? :) O que eu e outras colegas de curso percebemos é que tem gente que tem dificuldades em aceitar críticas. Assim fica difíiiiiiiiicil...se tem uma coisa que os profs québécoises adoram é que você reconheça que você errou e que você saiba aceitar críticas. Isso mostra que você está aberto para novos conhecimentos.

Boooom, voltando ao curso :)

No F-93, cada aluno ficou com um paciente. Moleza, né? KKK Nada!!! Você chega, pega as informações de seu paciente, recebe o plantão e começa a trabalhar. E ainda faz pesquisas enquanto você trabalha. Se seu paciente tiver fazendo uso de 15 ou 20 medicações, você tem que pesquisar todas antes de mostrá-las ao seu prof. Saber os seguintes itens: classe, modo de ação, efeitos terapêuticos, reações adversas, o que você tem que avaliar em seu paciente antes de dar o medicamento e o que você deve observar depois.

Mas, depois dos 3 primeiros dias você você pega o ritmo. Normalmente, para cada pergunta que você fizer a seu prof, vai significar: pesquisa. A maioria vai dizer: vai pesquisar. Alguns profs mais "humanos" até respondem algumas perguntas. Depende de cada professor.

O F-94 segue no mesmo ritmo. A diferença é que você fica agora, com 2 pacientes. Mas dá tempo de trabalhar bem, fazer tudo o que você precisa fazer. Às vezes atrasa um pouquinho os procedimentos, mas é porque o prof precisa ver tudo que os alunos fazem, checar os medicamentos, acompanhar nos procedimentos, etc.

Opinião pessoal: gostei muito do curso, acho que realmente as enfermeiras formadas em outros paises precisam mesmo passar por ele. A prática da enfermagem realmente é direferente, é o tipo québécois de exercer a nossa profissão e a gente tem que se adaptar mesmo. O curso faz uma ótima revisão do que eles julgam mais importante aqui. Isso só ajuda e dá confiança pra gente entrar no mercado de trabalho. É um curso realmente bem exigente. E válido. Quem lê meus posts sabe que a ordem das enfermeiras daqui me deu a opção de escolher entre o estágio de 30 dias num hospital e o curso de integração. Tentei o estágio e não deu certo por causa do nível de francês. Desisti e resolvi fazer o curso. E recomendo.
Agora vem uma nova etapa: procurar emprego :)

Beijos. Lucinei