domingo, 21 de outubro de 2012

Exame da ordem das enfermeiras e preparação

Boa noite :)

Após o término do curso de integração, que foi bem puxado, veio a procura de emprego e a preparação para as entrevistas. Isso quer dizer mais tempo e mais estresse, rsrs
O pior é que isso é num processo bem lento, tipo: manda um cv para um hospital, aguarda resposta, marca entrevista, prova escrita (quando tem, porque alguns fazem só entrevistas).
Bom, o exame da ordem foi marcado para 23 e 24 de setembro (2012). Ufa!!! Nem preciso dizer que meu estresse foi no mais alto nível :)
Fiz um curso preparatório para conhecer um pouquinho mais de perto as situações clínicas que caem na prova prática. Esse curso preparatório é oferecido por uma enfermeira haitiana que mora e trabalha aqui no Québec há mais de 10 anos. Opinião pessoal: essa enfermeira é boa, e tem a "manha" do tal exame da ordem. O que pega é que ela e a sua equipe não têm estrutura física para acolher bem o pessoal que os procura. Dos enfermeiros(as) que ela arrumou para orientar as aulas, as enfermeiras eram realmente boas, mas 2 enfermeiros deixaram a desejar, reclamamos e ela tratou de despachar os guys. Ela oferece o curso onde ela acha  "lugar". O que eu fiz foi em uma associação dos haitianos aqui em Montréal. Falta de estrutura física (falta de lugar decente para sentar, um calor infernal porque era verão e o lugar não tinha refrigeração, além de tudo era abafado, sem circulação de ar. Ela fez um esforço e arrumou uns ventiladores, kkk, deu para quebrar o galho. Bom...opinião PESSOAL. Não quero aqui despertar discussão nenhuma :) numa boa.

Ok. O material que ela ofereceu no curso que valeu 250,00 doletas, foi realmente muito bom. Inúmeras situações clínicas, bem pertinentes. O curso é oferecido 3 vezes por semana, de dia ou de noite. Fora isso, estudar muito em casa, dar uma revisadinha na teoria, essas coisas. Eu estudei com minha amiga e companheira de cursos, a recifence Rachel , que pra variar mora aqui na ilha. Alô Rachel! :)

O exame funciona mais ou menos assim: após o curso de integração, você recebe uma carta da ordem te convocando para a prova, que é dividida em 2 partes. Uma teórica  e outra prática. Primeiro, fizemos a prática, que é a que mais "desespera", rs, as enfermeiras. A ordem reserva alguns hospitais para a realização dessas provas. Você chega, se identifica e é encaminhado para o local. Fomos separados em vários grupos. Você recebe um bloco para anotações e um roteiro para se situar dentro das estações. São 16 estações práticas (exemplo de estação: um consultório com um paciente (ator), ou uma enfermeira auxiliar ou um outro profissional e uma enfermeira da ordem para te avaliar). Você fica de frente a uma porta, ouve uma campainha que toca te avisando para entrar. Você entra e tem 10 minutos para avaliar a situação  e intervir. Ou seja, avaliar o paciente, analisar todos os papéis que tiver à sua disposição, delimitar o problema e fazer a sua intervenção. Após 10 exatos minutos  a campainha toca de novo, momento de sair e ir ficar de frente a outra sala, outra situação diferente. Tem que  falar em voz alta  para a enfermeira fiscal te ouvir e anotar na folha de avaliação. E assim continua: a cada 10 minutos a bendita campainha toca e você troca de sala...até passar as 16 estações.
A prova teórica constou de 2 provas escritas, com respostas curtas, sobre a base teórica, lá do tempo de faculdade. Algumas coisas novas para mim, outras beeeem velhas. Quem não estudou aqui percebe a diferença, principalmente porque o ensinamento de enfermagem/paciente/família aqui é bem forte.
Vou descrever bem resumido, bem por cima, algumas situações que cairam na minha prova prática. Faltam algumas outras porque esqueci e ainda não  me lembrei...foi pro espaço negro do meu cérebro, kkk

Voilà:

1- Depressão. Acho que idetificar o risco de suicídio (se leve, moderado ou alto).
2-Alta de cirurgia de rinoplastia (ver se tinha tomado alguma medicação opioide).
3-Alta de cirurgia de úlcera venosa. Relação d'aide (ajuda) + ensinamentot + nota de enf.
4-Fenda labial no recém-nascido (mas o foco é a depressão pós-parto da mãe)
5-Erro de medicamento (detectar o erro e fazer o raport incident\accident).
6-Ensinamento de nitroglicerina spray+patch*.
7-Depressão respiratória em post-op. de PTH*. (avaliar a prescrição médica, PTI*, ex. lab., ordonnance collective). Determinar o grau de sedação, dar ou não narcan*.
8-Ensinar o PAB* a fazer mobilização com uma paciente no 2 dia de PTH
9-Definir o plano de trabalho de duas pacientes para a enf. aux. e a PAB.
10-Curativo de nefrectomia (incluindo a técnica de calçar luvas e abrir o pacote de pinças. Podre!!!kkkkkk) não esquecendo tbm de avaliar a cirurgia.
11- Paciente com crise de epilepsia há 10 anos. A definição do caso mandava dar um depakene que já estava preparado. (Acho que o lance era esse: não dar medicamento preparado por outra pessoa).
12-OAP*
 *
-Patch-adesivo transdérmico
-PTH-cirurgia de implante de prótese no quadril
-Narcan-antídoto da morfina
-PAB-préposé aux bénéficiaires (um profissional somente para a parte de higiene, alimentação e ajuda para o paciente se locomover)
 -OAP-edema agudo de pulmão

É um esquema bem interessante...e muuuuuito estressante de avaliação.

Bom, é isso. Boa noite à todos. Ótima semana.
Lu



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Viagem a Tadoussac

Salut :)

Muito tempo sem postar nada (quase 3 meses)...falta de tempo, de paciência...
Então, planejamos uma pequena viagem a Tadoussac, região de Manicouagan, mais ou menos 3 horas de viagem a partir de Ville de Québec e entre 6 e 7 horas saindo de Montréal (+/- 500 km) para ver as baleias em seu habitat natural. Nossa (minha, rsrs) escolha por Tadoussac é porque é mais perto que a região da Gaspesie, outro lugar bom para se ver baleias (e onde pretendo ir no próximo verão).

Depois de quase pirar com a pesquisa para saber se ficávamos em  hotel ou motel ou chalé, ou ainda em albergue, decidimos ficar num motel (até porque tivemos que esquecer nossa primeira opção que era o chalé, pois não achamos mais nenhum disponível).

A viagem foi super tranquila (os meninos assistindo vídeo o tempo todo :) ). Passamos por fora de Ville de Québec e almoçamos numa cidadezinha pequena chamada  L'Ange-Gardien. Nossa próxima parada foi na Baie-Sainte-Catherine, onde tivemos que usar um traversier (a balsa que faz a travessia) para chegar em Tadoussac (cidadezinha turística imediatamente logo após a travessia), nosso destino. O traversier, como o nome diz, rsrs, liga Baie-Sainte-Catherine à Tadoussac, atravessando o majestoso Fjord du Saguenay. Essa região também é onde fica o Parc Marin du Saguenay. Região turística.

A travessia durou mais ou menos 10 minutos e é super simples: você chega, fica na fila de carros e logo entra na balsa. E é gratuito. E, olha só, achei super interessante: no verão e durante o dia, a cada 13 minutos tem traversier. Durante a noite, a cada 20 minutos. Você não tem que esperar muito tempo. A balsa é gigante, com todas as normas de segurança, máquinas para vender guloseimas e banheiros. A própria travessia já é uma delícia, todo mundo tirando foto :) e...faz um friozinho danado por causa do vento. Dica: tem que levar um moleton, mesmo sendo verão.

Bom, a cidade de Tadoussac é super pequena, com mais ou menos 800 e poucos  habitantes, mas tem toda estrutura para turistas. A praia urbana é uma gracinha (água gelada), com uma pequena região de rochas e um pequeno bosque com trilha. Adoramos. Dessas rochas, podemos observar as baleias com binóculos. Mas, para quem quer ver de perto, existem cruzeiros para este fim. Nós fomos e aprovamos. Tudo bem elaborado. Como na natureza ninguém manda, tem dia que as baleias chegam mais perto dos barcos, tem dia que ficam mais longe. Conseguimos ver quase todos os tipos de baleias presentes no Golf Saint-Laurent, inclusive a grande baleia azul, com 33 metros de comprimento (do mesmo comprimento do barco que estávamos). Um binóculo ajuda, caso elas não cheguem perto.  Realmente, experiência única. O barco é uma boa para família com crianças, idosos, deficientes e ...medrosos, rsrs. Quem não tem medo pode ir nos cruzeiros que eles chamam de "zodiac", barcos infláveis que chegam a ficar extremamente perto delas.

Se você gosta de natureza, é maravilhoso. Tem dunas, mar, o Fjord, que é lindo demais, passeio para ver as baleias, ursos pretos e muitas trilhas. Passeios de botes, kaiak...

Passeio super recomendado. Pena que não vi as belugas, baleias brancas típicas daqui e que não migram. Mesmo no inverno elas permanecem. Isso é que é amor à Pátria :)

Bisous


                                                             Traversier ou "balsa"

                                                                  Ville de Québec

Tadoussac

Tadoussac

Tadoussac/Óia a baleia

Ville de Québec

                                                Château Frontenac/Ville de Québec

terça-feira, 19 de junho de 2012

Consequência da greve dos estudantes no Québec

Salut  :)

Disse pra mim mesma que não escreveria nada sobre a greve dos estudantes mas, devido ao impacto direto que esse "acontecimento" teve na saúde aqui, no Québec, mudei de idéia. Saúde essa que já está difícil de engolir.

A greve já passa de três meses. Os estudantes estão em greve porque são contra o aumento das taxas impostas pelo governo do Québec, que aumenta o custo dos estudos, apesar de ser a mais baixa do Canadá. Depois de várias tentativas de negociação para resolver o problema e uma ministra demitida (a ministra Line Beauchemp, também vice-primeira ministra do Québec, acabou pedindo demissão de suas funções há alguns dias atrás). Depois de tanto cansaço, o governo implantou uma lei especial que obriga "o encerramento" do semestre, para acabar com a greve, dar "férias"aos estudantes e tentar achar uma solução ao impasse.

Bom, resumido o caso, agora a parte mais importante da história (pelo menos para mim). Em torno de 470 leitos, somente na grande Montréal, serão fechados neste verão e a maior parte em decorrência do atraso da chegada das enfermeiras  no mercado de trabalho. Isso mesmo! E isso ocorre também nas outras regiões do Québec. O que sei é que todo ano os hospitais fecham alguns leitos mas, pelo que andei lendo, este ano o número de leitos fechados aumentou. Segundo os jornais e estudiosos do assunto, a greve dos estudantes teve papel importante nisso. Eles juram que não :)

O link abaixo fala um pouquinho sobre esse tema.
 http://www.journaldemontreal.com/2012/06/08/470-lits-fermes-cet-ete

Bom, é isso. Me desculpem a falta de inspiração para discorrer sobre o assunto. Acho que é o calor, rsrs

Boa semana. Abr


domingo, 3 de junho de 2012

Contrato assinado...e...após uma semana...

Salut :)

Como eu disse que voltaria após uma semana de trabalho para falar um pouquinho das primeiras impressões sobre o hospital que eu "escolhi" para trabalhar, aqui estou eu. Queria ter postado ontem, mas tinha umas coisinhas a fazer, churrasco de aniversário de uma amiga... não podia faltar, né?

Fomos muito bem recebidos no hospital, com café da manhã, suco, muffins
HUMMMMMMMMM!!!!!

Então, fizemos treinamento toda a semana passada (de segunda a sexta) de 8h às 16h.  Como não podia ser diferente dos outros lugares, começaram nos falando da missão e dos valores do hospital. Tivemos uma pincelada de tudo:

*code blue (o código mais importante, dado por um enfermeiro que falava "pra ele mesmo" e que, fora as 5 pessoas da primeira fila, ninguém mais escutou!), code blanc (não insignificante, mas, menos importante que o azul, dado por uma enfermeira ótima, que sabe passar o assunto).  Quando algum problema acontece, eles anunciam o código pelo sistema de som e todos os funcionários sabem que atitude tomar.

Vimos também pinceladas sobre queda de pacientes, prevenção e controle de infecções, exame físico e pulmonar, úlceras de pressão, protocolo de opiácios, notas de enfermagem, etc. Para mim, que vou trabalhar com a geriatria ativa (trabalha a autonomia do paciente idoso que está quase saindo de alta), tivemos um dia extra sobre demências, processo de envelhecimento, voltado mesmo para a geriatria.

Recebemos também os crachás e o cartão de estacionamento para funcionários que irá custar 1 dólar e 50 cents por dia de trabalho (no primeiro dia). Assinamos também os seguros: saúde, dentária e medicamentosa). Seguros obrigatórios! Fiquei passada, visto que já temos a assurance maladie du Québec!!! Terminamos a semana  com a visita nas unidades, na sexta-feira. Tem gente que segunda já entra direto no trabalho, ficando por 45 dias lado a lado de uma enfermeira destinada para acompanhar a novata. Esses 45 dias são de  experiência. Após, contrato definitivo ou... ruaaaa!!! rsrs

Como o hospital Lakeshore é um hospital anglófono reconhecido como sendo o único 100% bilíngue, eles ainda oferecem 3 semanas de inglês técnico hospitalar ou de francês, para dar um "up" na língua "mais fraca"do pessoal. Eu, como tenho um  inglês quase zero, entrei nessa :). Então, nas próximas 3 semanas, fico nas aulinhas de inglês :)

Primeira impressão? Ótima! Boa acolhida, gente que "olha na cara da gente"... e... eles estão precisando... e muito. A encarregada do recursos humanos nos disse "...restez avec nous, svp, ne laissez pas la distance vous intimider parce que vous irez aimer travailler ici..."

Gostei muito também da cidade, Pointe Claire. Todos dizem que o lado anglófono da ilha de Montréal  é mais bonito, mais rico e melhor para trabalhar. Veremos :)
A cidade é limpa, organizada, moderna. E pequena, rsrs, com uma população estimada em 30.790 habitantes. O asfalto é bem melhor que o de Montréal.


Hospital Lakeshore

Ponto negativo? A rodovia que liga Montréal a Pointe Claire, que realmente pára, o dia inteiro, por causa das obras. Normalmente levaria 28 minutos para fazer o trajeto. Com as obras, levo exatamente 1 hora para ir! Para voltar, se for preciso ir até o centro de Montréal o tempo fica entre 1h30 e 2h30, dependendo como está o Centre Ville (isso dá até vontade de desistir). A cada dia tem mil acontecimentos por aqui e, juntando com as intermináveis obras, desvios, ruas barradas, etc, deixa o trânsito parado.

Mas é bom ter calma e paciência. Avaliar melhor a cidade, as escolas, principalmente as primárias (no meu caso, com dois filhotes), os parques (sim, porque temos que nos desestressar nos fins de semana *em que eu não estiver de plantão*, rs),  esperar passar uns 6 ou 8 meses, de repente rola até uma mudancinha :)

Bom, jornal escrito. Tenham uma ótima semana. E aguardem as próximas notícias.

Abraços.
Lu

sábado, 26 de maio de 2012

Revalidação do diploma de medicina no Québec. Reflexão.


Salut :)

Sei que sou enfermeira...não sou médica :) mas vou falar um pouquinho da dificuldade de revalidação de diplomas (aqui no Québec) para médicos brasileiros e de várias outras nacionalidades, como russos, indianos, ucranianos, etc. Não tenho muita propriedade no assunto, por isso vou falar o que escuto de médicos de várias partes do mundo e, também, com base no que leio nos jornais e na internet. O CMQ coloca uma barreira imensa para a revalidação desses profissionais, mesmo todo mundo sabendo que aqui falta médicos demais. Validar o diploma aqui exige muita persistência, humildade e a certeza de que quer ficar aqui para sempre, rsrs. Sem contar que a maioria tem mais de 35 ou 40 anos e aqui, como estudante estrangeiro, é claro que vai perder o status de doutor, o reconhecimento dos colegas e dos pacientes, etc, e ainda tem que saber trabalhar a discriminação.

Para nós enfermeiros, olhando pelo lado bom de todo o processo, até que é fácil revalidar nossos diplomas: bom nível de francês (atestado pelo office québécois de la langue française), documentação apresentada na nossa ordem, 1 mês de estágio em um hospital ou mais ou menos 6 meses no curso de integração et voilà... já pode trabalhar como CEPI (candidate à l'exercice de la profession d'infirmière).

Após isso, é só fazer o exame da ordem (OIIQ) e é enfermeira no Québec :) Facinho, né? rsrs Pois é!!! Nem tão fácil assim! Mas, se comparado com a dificuldade que é isso pros médicos e dentistas, realmente se torna fácil.

Se a profissão de enfermeira não tivesse uma demanda tão alta por aqui, com certeza teríamos as mesmas dificuldades que esses outros profissionais enfentam para revalidar seus diplomas. Essa é a grande diferença.

Mas, voltando pro título do post...conheço uma russa que após apresentar todos os seus documentos para a ordem dos médicos, a resposta deles foi que ela precisaria encarar mais 5 anos de faculdade aqui. O detalhe é: ela é pediatra com 7 anos de experiência. Uma indiana (com 15 anos de experiência) que conheço teve a mesma resposta que a russa: mais cinco anos de faculdade. Detalhe: a indiana já está aqui há cinco anos, gastou todas as suas economias...e está trabalhando de camareira num hotel. Sei...isso "pode" ser uma exceção.

O que leio nos jornais é que eles tem um campo muito fechado e uma vez que o profissional médico decide encarar todo esse tempo de faculdade ainda rola uma discriminação "cachée" (escondida, disfarçada).

Ter que voltar a estudar depois de anos e anos de experiência é desestimulante. Gastar toda ou quase toda a economia (sim, porque gastar aqui em dólar é gastar os reais em dobro)  vivendo de uma maneira "regrada" todo esse tempo de estudo é meio complicado, porque dinheiro vai muuuuuuito rápido. Sem esquecer das intermináveis, desgastantes e estressantes provas a fazer ao longo de todo o processo.

Esse post tem assunto pra mais de metro. Portanto, vou encerrar mostrando um vídeo que mostra essa discriminação. É em francês, mas acho que dá para entender, até porque a maioria dos meus leitores, rsrs, estudam algum nível de francês. Basicamente, fala que os pedidos para essa "residência" são, na maioria, recusados. Pra um determinado pedido de revalidação, falaram que "o seu diploma não é competitivo". Essa é a resposta básica. Sabemos que os países têm culturas diferentes e isso reflete  na maneira que a medicina é praticada. Agora o que o secretário do colégio de medicina do Québec disse passa do ridículo: "...os médicos da África e da América do Sul podem muito bem tratar doenças que não existem aqui no Québec, mas, aqui temos alzheimer, infarto, câncer, doenças que não tem nesses países simplesmente pelo fato que a população morre antes de atingir essas doenças...". Sem palavras as declarações desse doutor! 

Vejam o vídeo no link abaixo.


Abraços. Bom fim de semana. E não desistam dos objetivos.
Lu

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Carteira de motorista "québécoise"

Salut :)

Passada rapidinha somente para dizer que já posso sair atropeland...ops!, dirigindo :) por aí.
Ontem passei na minha prova prática de volante. Foi minha segunda prova, hehe! A primeira prova prática eu fiz em maio do ano passado  (reprovei) e como não ia comprar carro, resolvi deixar para mais tarde. Há 4 meses marquei meu novo exame e ontem deu tudo certo. Pequei 2 horas de aula prática na parte da manhã e na parte da tarde fiz a prova. O dia estava perfeito para provas:) chuvoso, frio...e eu um pouco nervosa com medo de reprovar de novo, rs.

Logo em seguida da prova é hora de pagar as taxas:

Examen pratique: $ 26,00
Droits du permis:  $ 15,20
Contribuition d'assurance: $ 57,79
Taxe sur assurance: $ 5,21
Frais d'administration: $ 18,50

Total: $ 122,70

Mais $96,00 por duas horas práticas em auto escola. Você pode pegar quantas horas você precisar.
Agora, só esperar que daqui a uma semana a minha carteira de motorista deve chegar no meu endereço.

Até mais. Abraços
Lu

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Et...voilà!!! DECIDI :)

Salut :)

Então, eu disse que voltaria assim que decidisse sobre qual hospital escolher. Tive 3 empregos na mão. E tive que escolher!!! Juro que fiquei estressada, tensão nas costas, aftas na boca, rsrs
Acontece que  a gente sempre fica pensando se fez a escolha correta, comparando, etc
Mas, não tem como saber! É pesar as propostas, pensar em todas as opções com atenção (se bem que como CEPI as ofertas não se diferem muito não), escolher e não olhar para trás. Encarar o novo desafio com toda a coragem que você tiver, se dedicar como se fosse seu primeiro emprego como enfa! É assim que eu me sinto. Como se fosse meu primeiro emprego como enfermeira...aquela insegurança...aquela curiosidade de saber como será o primeiro dia, o que realmente de fato eu vou fazer! É!!!

E...eis que o escolhido foi...Hôpital Général du Lakeshore, em Pointe Claire! Sei!!! Sei que é loooooonge pra chuchu!!! Mas, não tem quando o seu coração fala alto? (o meu coeur parle avec moi, não é lindo? kkk)
Quando você pensa, pensa e acaba gostando de uma determinada coisa em todos os sentidos? Pois é. Foi assim!

Mas, confesso que fiquei com muita dó de dispensar o hospital de Chateauguay (principalmente porque gostaria de me mudar para essa região num futuro próximo). A região é linda, trânsito bom, muito verde, o hospital é novo (foi inaugurado em 1988) e se direfe da maioria dos outros hospitais porque é nele que vai os índios que moram na redondeza, visto que tem uma reserva indígena nas suas proximidades (reserva de kahnawake).

Assim que começar a trabalhar com certeza voltarei :)

Bom fim de semana a todos. Abr.
Lu

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fernandinho no soccer

Olá :)

Pra aguentar passar o inverno sem depressão, o mais aconselhado é que façamos esportes pra ajudar o tempo a passar e de quebra  liberar umas endorfinas...além de manter a boa forma. Estou comentando isso porque ouço  muitas conversas de crianças  (e adultos) com depressão séria. E a gente acaba  pensando que, por ser criança, os pequeninos estão livres da danada. Mas não é verdade. Não conheço, meus filhos graças a Deus ainda não ficaram deprimidos, mas leio muitos casos de crianças com depressão e acho que vale a pena dar uma pincelada aqui (esperar o que de uma enfermeira, né, rs). Utilidade pública, rs

Dados de pesquisas daqui mostram que a "deprê" começa em outubro e termina em março. Justamente todo o inverno. Cá entre nós, ninguém merece inverno longo, não é mesmo? Cientificamente essa depressão é conhecida como sazonal (em francês: dépression saizonnière) e ocorre porque ficamos menos expostos ao sol, induzindo a alterações hormonais e a um aumento da produção de serotonina, que é o hormônio que regula o  sono, dentre outras funções. Bem justificada a sua causa :)

Realmente deve ser  muito difícil para uma criança passar 6 meses saindo pouco, só de vez em quando, e quando sai é para ficar em locais fechados (na maioria das vezes). Só escola, todo dia, acaba sendo muito cansativo. Por isso é muito importante incentivar os pequenos a escolher um esporte pra ajudar a passar esse tempo frio.

Tenho dois filhos  e realmente, de vez em quando, a gente pode observar que eles ficam estressados e  irritados por qualquer coisa. Já é um alerta. E pra não deixar a depressão infantil pegar...esporte neles.
Meu filhinho de 6 anos escolheu fazer soccer (futebol). Gostou tanto que já está inscrito na segunda fase. Ontem à tarde fomos lá no ginásio da escola para ver a despedida deles dessa fase do soccer, que foi encerrada com uma "graciosa", rs,  partida. Adorei, deu para ver que ele está bem entrosadinho com o esporte. Ganhou até certificado de participação :)

O estádio é pintado de amarelo e laranja, acho que influenciou na qualidade das fotos.




Bjs. Lu

J'ai un job/I have un travail/tenho um trabalho :)

Salut :) bom dia a todos


À parte a brincadeirinha do título, estou muito feliz em dizer aqui, hoje, que mais uma etapa desse louco processo de imigração está se concluindo. Recebi, anteontem, resposta positiva dos dois hospitais que eu fiz entrevista. Estou empregada!!! Nos dois!!! Agora é só escolher :)
Depois de 1 ano e meio no Québec, só estudando...estudando...estudando!!! Momento de colher os frutos, né??? Tudo que a gente faz vale a pena :)

Mas, como fui chamada para fazer uma entrevista na rede de hospitais da Université McGill, ainda não vou decidir. Aceitei as duas propostas e vou esperar a entrevista e a resposta  da McGill para decidir. Juro que estou muuuuito balançada pelo hospital mais longe,  (mania de sofrer, rsrs) pois eles me disseram que nos postos que eu escolhi não tem vaga, mas... "temos uma vaga para acompanhar os idosos que recebem alta e vão pra casa e que precisam  de ensinamento", assim disse a gerente de recursos humanos. Quero tentar descobrir mais a fundo realmente quais são as tarefas de quem exerce esse posto. Estou achando que é um posto muito bom pra descartar só porque o hospital é longe. Vamos ver :)
Assim que eu decidir volto para dizer.

Só para relembrar a luta, rsrs




















Bjs a todos. Boa sorte. Lu

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Entrevista de emprego II

Olá :)

É... olha que está rendendo, rsrs
Após 1 dia da minha primeira entrevista de emprego, fiz a segunda entrevista. Segundo CV enviado, segunda entrevista agendada. Tá bom, né?

Então. Agora fui para o oposto do hospital que eu fiz a primeira entrevista: Chateauguay. Isso mesmo, região da Monterégie. Gosto muito dessa região. É tranquila, trânsito calmo, cidade com mais ou menos 46.000 habitantes e separada de Montréal apenas pelo rio São Lourenço.

Como moro em Île-des-Soeurs (uma pequena ilha do lado da ilha de Montréal-por aqui tem muitas pequenas ilhas), tenho a opção de ir para essa região por duas pontes. Como ainda não comprei carro, fui para a ilha de Montréal, peguei metrô por 10 minutos, depois mais 20 minutos de buzão e pronto. Estava no local da entrevista.

Comecei preenchendo os chatos, mas necessários formulários santé. Em seguida, passei por uma hora e 20 minutos de entrevista com a agente de recrutamento e a gerente de enfermagem. A g. de enfermagem, no começo, estava um pouco presa (acho que ela é um pouco seca mesmo :) ) e demorou um pouquinho para demonstrar simpatia. Mas...depois de uns quinze minutos de entrevista ela estava até sorrindo, rsrs

As perguntas da agente de recrutamento são mais ou menos as mesmas (acho) que de todos os lugares: sua experiência de trabalho, suas forças e suas fraquezas, como você conheceu o hospital, porque você se tornou enfermeira, como você trabalha seu estresse, como você faz para manter seus conhecimentos em dia, etc.

Já a gerente de enfermagem fugiu um pouquinho do que eu passei na outra entrevista e do que ouço de outras colegas. Ela me apresentou várias histórias de caso e em todas, o que ela queria era testar meu julgamento clínico, tipo: o médico prescreveu  250 g de um medicamento "X" via oral e você percebe que a dosagem é alta demais para o paciente. Qual a sua conduta? Você   liga para o médico? E se ele disser que é para dar mesmo assim o tal medicamento? Você vai dar?

A minha resposta foi NÃO. Se eu sei a dose certa por kilo do paciente, sei quais os efeitos secundários e esperados do medicamento, sei seu modo de ação, blá, blá, blá... eu decido por não dar o tal medicamento, dizer à enfermeira assistente, fazer notas de enfermagem e aguardar o médico passar a sua visita. E ela disse que a minha decisão estava correta :)

Outra pergunta: se você faz o PTI de um paciente (Plan Thérapeutique Infirmier), a enfermeira auxiliar pode fazer alterações nele? Não.

Rapidinho, pra quem ainda não conhece, o tal PTI é um formulário à parte que deve ser feito e ajustado  (pela enfermeira) para cada paciente, de acordo com as suas necessidades prioritárias.

Tenho observado que eles aqui gostam de respostas curtas e objetivas. Um exemplo claro disso é a prova da ordem das enfermeiras (que eu devo fazer em setembro). Uma pergunta ampla, muitas respostas curtas, claras e objetivas.

Gente, o post está tomando dimensões um tanto que grandinhas...acho melhor parar...rsrs

Grande abraço e boa sorte pra todos que estão na batalha.

Lu

Mission Bon Accueil/Welcome Hall Mission

Olá :)

Esse post de hoje eu já deveria tê-lo feito, mas a correria do dia a dia acabou me fazendo esquecer. Alguns dias atrás conheci um casal de brasileiros que chegaram aqui há alguns meses e estavam beeem apertados financeiramente. Alguém pra ajudar nessas horas? Claro que tem!!! Os amigos entram com a ajuda moral, rsrs, informações e dicas, porque  a maioria também está  com o cinto apertado.
Bom, nesse caso, a ajuda veio de uma instituição não governamental que se chama Mission Bon Accueil. Você liga lá, marca um "rendez-vous" (um encontro :)), leva os documentos que eles pedem e...voilá, começam a receber uma cesta de alimentos a cada 15 dias. No Natal ainda recebem o "panier de Noël", a nossa cesta de Natal, com direito a uma ave, castanhas e várias outras coisas. Ah, e presentes para as crianças.

Aqui no Canadá, vou dizer mais precisamente no Québec, até porque não conheço as outras províncias, tem muitas organizações que oferecem esse tipo de  ajuda aos imigrantes e aos próprios canadenses (québécoises) com baixa renda. Os produtos são bons, de boa qualidade, tudo doado por empresas tipo supermercado. Às vezes tem algum produto com a data de validade vencida (ops!!!) ou quase vencendo. Cabe a você receber e, no aconchego do seu lar, dar uma olhadinha e descartar o que você acha que não tem valor para você.

Quem escuta isso pode pensar que quem vai lá são pessoas bem pobres, mendigos, etc que realmente não tem dinheiro para comprar comida. Mas, é engano! Quem frequenta esse tipo de lugar é quem está "apertado"financeiramente, é quem ainda não arrumou um emprego e está gastando as economias, e ainda quem tem emprego, mas aceita numa boa esse tipo de ajuda pra diminuir os gastos com mercado no fim do mês, etc

Lá, você encontra gente de toda parte do mundo, com filhos pequenos, bem vestidos, bem educados...como também pode encontrar alguma pessoa grossa, estúpida, etc. Gente é gente em toda a parte do mundo, né, e gente grossa tem em todo lugar, rs

Mas para isso, tem que deixar o orgulho de lado. Não quero dizer se "humilhar", simplesmente porque não é esse o caso. Simplesmente é uma "ajuda" e quem não quiser é só não pegar. Simples assim, né? rs

Além de alimentos, eles também tem uma lojinha, chamada "boutique" que fica no mesmo prédio da Bon Accueil e que vende roupas usadas em boas condições de uso e também roupas novas tipo "ponta de estoque". Tudo a preços bem pequenininhos :)

A última novidade deles (que já funciona a algum tempo) é uma parceria com a Université MCGill, que faz alguns tipos de reparações e higiene dentária...de graça! É claro que alguns tipos de tratamento eles não fazem (como ortodontia), somente o básico para ajudar a quem não tem dinheiro para ir ao dentista. Com certeza também você deve enfrentar uma filinha de espera, mas nada demais :) Valendo lembrar que para você ter direito aos serviços dentários você precisa ter um dossiê na Mission Bon Accueil. Infelizmente para mim não dá, porque uso aparelho :(

Quem quiser dar uma olhada no site da Mission Bon Accueil, clique aqui

Abraços

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista de emprego I

Olááááá :)


A etapa seguinte ao término do curso de adaptação é a procura de emprego (tinha que ser, né? Nem pra ser férias... uma semana em Cuba ou no caribe mexicano!!! Ou ainda uma visitinha no Brasil para visitar a família, porque eu estou morrendo de saudades!!!)

Voltando pra realidade... rsrs
Fui na feira de empregos (salon d'emploi) a uns 15 dias atrás e  distribui currículos (6) igual uma doida, rs.
Aliás, fomos. Eu, a Rachel (uma enfermeira brasileira)  e dois amigos marroquinos que estão terminando o curso de integração. Aqui em Montréal tem várias "feiras de emprego" (eu acho melhor a palavra "salão de emprego"

Então... quinta-feira passada fiz minha primeira entrevista de emprego, resultado da ida ao salão de empregos. Eles me ligaram para marcar uma entrevista elá fui eu :)  Me avisaram também que teria um teste escrito, que eu poderia responder em francês ou em inglês.

A entrevista foi no hospital geral  Lakeshore, em Pointe Claire, uma cidade pequena com uns 30.000 habitantes, localisada a leste de Montréal. Na verdade, é como um bairro beeeeem distante da centre ville, mas ainda dentro da ilha de Montréal.

Cheguei faltando uns 15 minutos e a recepcionista já me deu uns formulários para começar a preencher. Antes de terminar de preencher os formulários, fui chamada para a entrevista, com a diretora de recursos humanos e a gerente de enfermagem. Muito simpáticas. A gerente de enfermagem então, bem extrovertida.

Comecei a entrevista respondendo as perguntas da diretora de RH, sobre mim, minhas experiências de trabalho, meus pontos fortes e minhas fraquezas, contar uma história de uma situação difícil que eu passei no meu trabalho, etc

Com a gerente de enfermagem deu um friozinho nas mãos, rsrs
Todas as perguntas giraram em torno de situações clínicas. Ela lê uma história de caso e faz as perguntinhas, por exemplo: você acaba de receber seu plantão, a campainha de um quarto toca (a campainha foi acionada pelo companheiro de quarto da sua paciente) e chegando no quarto, sua paciente está quase inconsciente. Você já sabe que sua paciente é diabética, hipertensa, etc.
Perguntas: o que você suspeita que é e quais as suas atitudes (o que vc  faz).

Outra pergunta: você acabou de receber o plantão, uma paciente postop. 1 de apendicectomia chama, você chega e a encontra de pé, ao lado da cama, com a mão no pescoço. Ela diz que a dor irradia para o queixo.
O que você faz?

A entrevista toda foi nesse nível, com umas duas perguntas sobre ética. Durou 1 hora. Me disseram que em duas semanas vão entrar em contato comigo para dar a resposta. Ah, o teste escrito foi a mesma coisa da entrevista, com histórias de caso. Lembrando que diabetes, angina, alívio da dor e pequenos cálculos de medicamentos estão presentes em praticamente todas as entrevistas que escuto falar aqui.

 Torcer, agora  e continuar a procura :)

Abraços
Lucinei

sábado, 14 de abril de 2012

Término do curso de integração

Salut, bonjour, olá :)

É...eu falei que voltaria para falar sobre o final do curso de integração, não falei? Alguns dias em atraso...e aqui estou eu.

Acabamos o temido F-94, que é o último estágio em medicina-cirurgia para quem faz somente o tronco comun do curso de integração. Quem precisa de adaptações em geriatria e psiquiatria, ainda continuam ralando.

Graças a Deus, o F-94 foi muito melhor e mais tranquilo que o F-93, simplesmente pelo fato de termos ótimos supervisores de estágio, porque a supervisora do F-93 ninguém merece!!! Ô sorcière!!!!! Pronto!!! Desabafei :)

Esses dois módulos realmente são os mais puxados. Mistura muita teoria com estágio (8 horas diárias de estágio). O chato é que durante o estágio você tem muitos trabalhos a fazer (trabalhos do próprio estágio), aulas téoricas e provas. Acaba misturando um poucos as coisas. Acho que seria bem melhor se teoria e provas fossem dadas TODAS no começo do módulo, e o estágio deixado para o final do módulo. Simples e fácil.

O hospital que eu estagiei foi o hospital Charles LeMoyne, que fica na região da Montérégie, na cidade de Longueuil, bem pertinho de Montréal. É um hospital universitário, afiliado da Université de Sherbrooke. Gostei muito de lá, "souf" (exceto), rsrs, algumas víborazinhas, rsrs, que encontramos...mas...isso tem em todo lugar, em todas as profissões. Particularmente, não tive nehum problema com esses seres. Mas, algumas colegas tiveram pequenos probleminhas com algumas enfermeiras, tipo "marcação", pegar no pé, etc. Mas, elas superaram bem e passaram no estágio. Menciono isso aqui porque nem tudo é perfeito. Esse tipo de mal entendido acontece mais frequente do que a gente pensa. Temos que ter a humildade de analisar a situação, corrigir os erros..e...bola pra frente. E sempre pensar que quem está precisando "réussir"o curso, somos nós, imigrantes. Não adianta nada fechar a cara, discutir com enfermeiras do hospital, com o professor, etc. A NÃO SER... que você esteja coberto de razão e tenha argumentos que provem que você está certo. Mas, é assim em todo lugar, não é mesmo? :) O que eu e outras colegas de curso percebemos é que tem gente que tem dificuldades em aceitar críticas. Assim fica difíiiiiiiiicil...se tem uma coisa que os profs québécoises adoram é que você reconheça que você errou e que você saiba aceitar críticas. Isso mostra que você está aberto para novos conhecimentos.

Boooom, voltando ao curso :)

No F-93, cada aluno ficou com um paciente. Moleza, né? KKK Nada!!! Você chega, pega as informações de seu paciente, recebe o plantão e começa a trabalhar. E ainda faz pesquisas enquanto você trabalha. Se seu paciente tiver fazendo uso de 15 ou 20 medicações, você tem que pesquisar todas antes de mostrá-las ao seu prof. Saber os seguintes itens: classe, modo de ação, efeitos terapêuticos, reações adversas, o que você tem que avaliar em seu paciente antes de dar o medicamento e o que você deve observar depois.

Mas, depois dos 3 primeiros dias você você pega o ritmo. Normalmente, para cada pergunta que você fizer a seu prof, vai significar: pesquisa. A maioria vai dizer: vai pesquisar. Alguns profs mais "humanos" até respondem algumas perguntas. Depende de cada professor.

O F-94 segue no mesmo ritmo. A diferença é que você fica agora, com 2 pacientes. Mas dá tempo de trabalhar bem, fazer tudo o que você precisa fazer. Às vezes atrasa um pouquinho os procedimentos, mas é porque o prof precisa ver tudo que os alunos fazem, checar os medicamentos, acompanhar nos procedimentos, etc.

Opinião pessoal: gostei muito do curso, acho que realmente as enfermeiras formadas em outros paises precisam mesmo passar por ele. A prática da enfermagem realmente é direferente, é o tipo québécois de exercer a nossa profissão e a gente tem que se adaptar mesmo. O curso faz uma ótima revisão do que eles julgam mais importante aqui. Isso só ajuda e dá confiança pra gente entrar no mercado de trabalho. É um curso realmente bem exigente. E válido. Quem lê meus posts sabe que a ordem das enfermeiras daqui me deu a opção de escolher entre o estágio de 30 dias num hospital e o curso de integração. Tentei o estágio e não deu certo por causa do nível de francês. Desisti e resolvi fazer o curso. E recomendo.
Agora vem uma nova etapa: procurar emprego :)

Beijos. Lucinei

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Notícias :)

Bonjour à tous!

Estou meio sem tempo para preparar um post interessante, mas vou escrever poucas linhas sobre o curso de adaptação. Como todos que lêem minhas postagens sabe, o tal curso é bem puxado. As matérias são muitas e são"jogadas" de balde, rs
No começo (F91, F92 e F93), uma matéria pode ser dada em 2 ou 3 aulas. No F94 (a última etapa), cada aula é um assunto diferente. Não que seja coisa do outro mundo. Fisiologia, sinais e sintomas, etc, é igual em todos os países! Mas, o fato de estarmos estudando em outra língua faz toda a diferença. Pra todos quem vem do Haiti, do Marocos e de todos os países que falam a língua francesa como língua segunda...fica beeeem mais tranquilo.

E no meu ponto de vista, é essa a grande dificuldade. A língua.  Como eu já tinha 1 ano de Montréal quando comecei meu curso e já tinha feito 8 meses de francês, deu pra acompanhar bem as aulas. Mas, conheço algumas pessoas que falam espanhol, não tinham estudado bem o francês, foram reprovados no primeiro ou no segundo módulo, justo por causa da língua. Nada impossível...nada disso...mas que é bem puxado, isso é.

Bom, estou no F94, a última etapa do curso (num total de 7 meses no cégep Edouard Montpetit), fazendo estágio. Professores super mega exigentes...pra variar!
O hospita Charles LeMoyne (onde faço estágio) é um hospital universitário. Gostei muito de lá. Tem tudo que você precisa para trabalhar: de medicamentos a utensílios, não vi faltar nada (ainda, rs). Tem utensílios muito práticos para facilitar o dia a dia. Por exemplo: você faz uma coleta de sangue e no seu próprio setor tem um sistema de envio, que é tipo um painel e você coloca as amostras dentro de uma cápsula (système de capsule pneumatique, o nome desse tipo de transporte) aperta o nr do laboratório...e voilà...a cápsula vai parar lá no laboratório. Daí, vc recebe, no seu setor, os resultados dos exames (todo setor tem seu PC, e sua impressora. E funciona!). Esse sistema de comunicação tem conexão com quase todos os setores dos hospitais. Muuuito prático.

 Para vocês terem uma idéia do sistema, para quem não conhece,  clique aqui   e veja o seu uso em "applications médicales".

Na semana passada nossa professora de estágio nos disse que o diretor de RH quer marcar um café conosco (chique, né? rsrs) para oferecer vagas disponíveis  para enfermeiras no hospital. Como aqui falta muita enfermeira mesmo, eles já tentam "laçar"a gente no último módulo do curso.

Dia 31 de março voltarei para dizer se eu passei no temido F94. "Tam tam tam tam tam..."

Bisous e até lá :))